Precaução do uso abusivo de medicamentos sem prescrição adequada
- ceciliareumato
- 13 de set. de 2024
- 4 min de leitura

Confundimos o uso indiscriminado de medicamentos com a automedicação. No entanto, existem diferenças entre as duas práticas. O uso indiscriminado está relacionado ao uso excessivo de remédios, inclusive quando há uma receita prescrita.
Quando um indivíduo realiza um uso indiscriminado, não há uma prescrição feita por um médico, não existe o controle adequado da dosagem recomendada, nem o horário em que os medicamentos precisam ser tomados.
Estatísticas da Organização Mundial de Saúde (OMS)
Em todo o mundo, mais de 50% de todos os medicamentos receitados são dispensáveis ou são vendidos de forma inadequada.
Cerca de 1/3 da população mundial tem carência no acesso a medicamentos essenciais.
Em todo mundo, 50% dos pacientes tomam medicamentos de forma incorreta.
O Brasil é recordista mundial em automedicação. Para se ter uma ideia, em uma pesquisa realizada pelo Instituto de Ciência Tecnologia e Qualidade (ICTQ), 72% dos brasileiros se medicam sem uma prescrição médica.
Quando separamos por gêneros, os números são bem semelhantes. 76,7% dos homens admitiram fazer automedicação, já no caso das mulheres, 75,1% afirmaram realizar a mesma prática.
Uso abusivo de medicamentos por pacientes com patologia reumatológica
As doenças reumatológicas são caracterizadas por inflamações nos músculos, tendões, articulações e ossos. Alguns medicamentos controlam a inflamação e proporcionam alívio ao paciente. Contudo, precisam ser prescritos pelo reumatologista pois são antiinflamatórios bastante específicos para cada região do corpo.
No entanto, vemos uma prática de automedicação para a dor, onde o paciente vai até a farmácia e adquire um analgésico e anti-inflamatório, mascarando o quadro de dor e não resolvendo o problema de sua patologia. Doenças reumatológicas precisam de medicação adequada para impedir a evolução do quadro clínico.
Consequências do uso abusivo de medicamentos
Uso de remédios sem prescrição pode causar reações alérgicas, interação medicamentosa, dependência química e até morte. A intoxicação por medicamentos pode causar sudorese, diarreia, vômito, tontura, palpitação, mudança de comportamento, sedação e levar a óbito.
Tipos de uso irracional de medicamentos
Uso abusivo de medicamentos (polimedicação).
Uso inadequado de medicamentos antimicrobianos, frequentemente em doses incorretas ou para infecções não-bacterianas.
Uso excessivo de injetáveis nos casos em que seriam mais adequadas formas farmacêuticas orais.
Prescrição em desacordo com as diretrizes clínicas.
Automedicação inadequada, frequentemente com medicamento que requer prescrição médica.
Maiores riscos da automedicação
Nossa preocupação neste blog é disseminar informações seguras sobre saúde.
Listamos os 5 principais perigos de quem pratica a automedicação. Confira:
Intoxicação
Ocorre quando há uma superdosagem de remédios por meio do paciente. Lembra aquele dito popular sobre o segredo do veneno ser a dose alta? Esse exagero pode resultar em uma séria intoxicação ou uma complicação de saúde que pode levar à morte.
Os remédios mais suscetíveis em causar intoxicações são os antitérmicos, analgésicos e os anti-inflamatórios.
Alergias
As alergias ocorrem quando o sistema imunológico reage anormalmente a uma substância externa. Com isso, sintomas como coceira, inchaço e vermelhidão em algumas partes do corpo começam a surgir.
Esse problema ocorre com certa frequência na infância. Por isso, não realize a automedicação, principalmente, em crianças com menos de 6 anos de idade. Além da alergia ser mais difícil de ser detectada, pode resultar em problemas no desenvolvimento da criança.
Dependência química (vício)
O uso excessivo de remédios sem prescrição médica pode gerar vício. Ou seja, mesmo não precisando tomá-los, as pessoas nessa situação sentem uma vontade psicológica e física de consumir medicamentos sem necessidades reais. Além disso, o abuso de medicamentos pode gerar diversas complicações à saúde como parada respiratória, arritmias, insuficiência hepática aguda e outras.
Recomenda-se nesses casos o acompanhamento psicológico para que o indivíduo por meio da psicoterapia desenvolva mecanismos de enfrentamento durante o tratamento. O psicólogo trabalha motivando os pacientes com foco na modificação do seu comportamento e inclusão de novos hábitos, podendo também utilizar técnicas de relaxamento para diminuir a ansiedade, sintoma recorrente nesses casos. Já o psiquiatra pode ajudar no desmame da medicação com segurança.
Interação medicamentosa
A interação medicamentosa aparece na bula dos remédios e por isso requer atenção. A interação pode reagir quando um medicamento entra em contato com outro medicamento, alimentos, álcool e cigarro. Elas podem potencializar ou diminuir o efeito de um outro remédio a ser tomado por quem está doente, dificultando a sua recuperação de um estado delicado de saúde.
A idade também pode aumentar a probabilidade de ocorrência das reações e complicações, devido aos órgãos como o fígado e rins terem suas atividades reduzidas em idosos.
Micro-organismos ficam mais resistentes
Quando tomamos um remédio sem necessidade, os micro-organismos lutam para combater substâncias estranhas que entram no nosso corpo. Com isso, eles criam resistência a esses antibióticos.
Caso algum dia seja realmente necessário o uso desse tipo de remédio, sua ação não será eficaz, pois uma resistência já foi criada, minando os efeitos da medicação.
Se você estiver com dor contínua ou sintoma desconhecido que não melhora, pode ser indício de um problema de saúde. Não hesite em procurar um médico. Esse profissional auxiliará você com o tratamento assertivo.
A Dra Cecília Varella é médica reumatologista e avalia a saúde dos pacientes de forma global. Agende a consulta em Porto Alegre/RS, temos um ambiente agradável e acolhedor esperando por você. Whatsapp (51) 99900-2821